Para o secretário de saúde suplementar da FENAM, Márcio Costa Bichara, que também representou o Conselho Federal de Medicina (CFM) na ocasião, a audiência mostrou alguns avanços. Entre eles, a flexibilização da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e ANS, graças a luta do movimento médico.
“Até agora não foi possível um acordo que contemplasse verdadeiramente nossas reivindicações com os planos de saúde. Por isso, a categoria vem se movimentando e realizou as paralisações de 7 de abril e 21 de setembro. Estamos caminhando e esperamos que com este novo entendimento dos presentes, possamos nos reunir e pactuar uma regulamentação que modifique essa crise.”
Durante a audiência, o representante da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Dantas Mestrinho, apresentou um relatório com a análise dos planos de saúde no Brasil, destacando a interferência das operadoras na relação médico-paciente. Segundo ele, a maioria dos profissionais levam cerca de 21 a 30 anos de formação e encontram-se na área suplementar, avaliando em 5 esse sistema, de uma escala de 0 a 10. De acordo com os dados divulgados, 92% dos médicos entrevistados afirmaram a interferência na autonomia de seu trabalho. A CASSI foi classificado como pior plano pelos profissionais.
O diretor da Agência Nacional de Saúde (ANS), Maurício Ceschin, parabenizou o trabalho feito pelas entidades médicas, reconhecendo que há defasagem no ganho médico e explicou que a instituição tem feito o que pode dentro da lei.
“Nós não temos uma atribuição legal para controlar os preços pagos, mas estamos empreendendo ações para incentivar a remuneração. Mesmo com limitações, estamos buscando entendimentos entre as partes envolvidas. Defendemos a CBHPM. O médico precisa desta força da FENAM, CFM e AMB. Trazer uma condição melhor para o médico é também cuidar da sociedade”.
De acordo com o senador Paulo Davim, o lucro das operadoras cresceu em 160% e apenas 40% foi repassado aos médicos. Ele afirma que é preciso uma saída rápida devido aos bons profissionais que estão se descredenciando.
“Não é mais como antigamente, o Brasil está indo para um caminho perigoso, onde corremos o risco de perder especialidades, por causa do trabalho árduo e remuneração simbólica. Nós trabalhamos com o que é mais importante e não podemos estabelecer o nosso preço? Vivemos num momento crítico que já ocorria na saúde pública e agora está na suplementar.”
Além do presidente da Comissão, senador Jayme Campos, também estiveram presentes representantes da SDE, Vinícius Marques Carvalho e UNIMED, José Cláudio de Oliveira.
Fonte: Blog Fala Médico/Fenam
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