A contratação de pessoal pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
provocou discussões durante a aprovação do Projeto de Lei da Câmara 79/2011,
nesta quarta-feira (23). A matéria prevê que o pessoal permanente da empresa será
regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mediante aprovação
em concurso público. Para fins de sua implantação, porém, a Empresa Brasileira
de Serviços Hospitalares está autorizada a contratar, por tempo determinado,
pessoal técnico e administrativo mediante processo seletivo simplificado. Os
contratos temporários poderão ser prorrogados uma única vez, desde que a
soma dos dois períodos não ultrapasse cinco anos.
Para os senadores de oposição, a intenção do governo de resolver o problema
das terceirizações nos hospitais universitários por meio da criação da empresa
não terá sucesso. Isso porque o projeto continua prevendo a possibilidade de
contratações temporárias - origem das irregularidades nas instituições apontadas
pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Para senadores tucanos, as
contratações temporárias apenas estimularão "o favorecimento político".
- Ao invés de regularizar para valer [as contratações], abrindo concursos,
respeitando a autonomia universitária, o governo resolveu criar um enorme
trambolho burocrático. A emenda saiu pior que o soneto - criticou o senador
Aloysio Nunes (PSDB-SP).
Líder do PT no Senado e relator da matéria, o senador Humberto Costa (PE)
saiu em defesa da proposta. Segundo ele, a criação da empresa não é uma
ação isolada, mas faz parte do Programa de Reestruturação da Rede de Hospitais Universitários, uma série de iniciativas estruturadoras no ensino universitário de
saúde, com a recuperação do financiamento do sistema, ações de aperfeiçoamento
da gestão e recuperação física e tecnológica desses hospitais.
- Não é verdade que está se propondo a implantação do compadrio nem a
contratação sem concurso público. A Constituição determina que empresas públicas
só podem contratar com concursos. Por acaso a Petrobras é uma empresa de
compadrio? As empresas públicas têm de se submeter às legislações, inclusive para
licitações - declarou.
O senador ainda fez uma provocação aos senadores do PSDB, ao lembrar que
em São Paulo, estado governado por um tucano, mantém contratos na saúde
com organizações sociais - que não exigiriam concursos públicos e licitações em
suas administrações.
Fonte: Agência Senado
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