segunda-feira, 4 de julho de 2011

Problemas no SUS também afetam hospitais conveniados

A remuneração também preocupa os hospitais que atendem ao SUS. Segundo o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná (Fehospar), Renato Merolli, o prejuízo é maior em instituições de cidades pequenas, que não trabalham com procedimentos de alta complexidade.

O fechamento de pequenos hospitais e a desativação de leitos é uma rotina no interior do Estado. De acordo com a Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Paraná (Femipa), a defasagem no pagamento do SUS para alguns procedimentos varia entre 58% e 282%.

Dos 522 hospitais instalados no Paraná, 454 atendem a pacientes do SUS. Na análise das duas entidades, hospitais completamente dependentes do SUS conseguem suprir somente de 50 a 60% de seus custos com a remuneração recebida pelos serviços, o que justifica o elevado grau de endividamento.

Desafios da gestão - Gestores do SUS no Paraná também concordam que os principais problemas do sistema em todo o País são mesmo a gestão e o financiamento. De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, o Paraná tem desafios muito grandes. Entre eles, fortalecer a atenção primária, melhorar e modernizar a estrutura de atendimento, informatizar a comunicação para trabalhar em rede e reduzir as dívidas na área da saúde.

Ele concorda que o sistema deveria ser menos centralizado na figura do governo federal. “Precisamos de políticas que respeitem as diferenças para que regiões não sejam penalizadas. No Sul, há locais com bons índices, mas temos municípios com IDH até piores do que certas regiões do Nordeste.” Entre essas regiões, estão partes do Centro Sul, do Norte Pioneiro e também da Região Metropolitana de Curitiba.

Remanejamentos - Para reverter o quadro no Paraná, o secretário afirma ter feito remanejamentos no orçamento estadual, que garantiriam mais R$ 151 milhões para saúde em 2012. A ideia, segundo Caputo Neto, é aumentar a estrutura do SUS, que hoje conta no Estado com 20.998 leitos e 1.378 UTIs.

Em Curitiba, o investimento em saúde, no ano passado, foi de 16,43%, de acordo com a secretária municipal Eliane Chomatas. “Aqui a gestão está bem sedimentada, temos uma equipe que trabalha nisso há mais de 20 anos.” A preocupação, segundo a secretária, está no futuro. “A modificação do perfil epidemiológico e a maior expectativa de vida trazem grandes repercussões tanto no SUS quanto na rede privada. É preciso se preparar para isso.”

Uma das iniciativas que se destacam positivamente no atendimento do SUS na cidade é o programa Mãe Curitibana, que reduziu os índices de mortalidade infantil para 8,97 por mil nascidos vivos na cidade, em 2010, um valor bem abaixo da média brasileira, de 19 óbitos por mil nascidos vivos, em 2008 (último dado disponível).

Fonte: Observatório do SUS

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