sábado, 29 de outubro de 2011

25 de outubro: confira o balanço do protesto dos médicos do SUS em alguns estados do país



Em Belém, os médicos fizeram um protesto em frente à Santa Casa
Representantes de entidades médicas de alguns estados já começam a avaliar a mobilização dos médicos neste 25 de outubro, dia nacional de protesto contra a baixa remuneração e as más condições de trabalho e de assistência oferecidas no âmbito da rede pública de saúde no país. Em locais como o Pará, por exemplo,a diretoria do Sindicato dos Médicos afirma que cerca de 80% dos profissionais suspenderam o atendimento.
O protesto nacional foi organizado pela Comissao Pró-SUS, formada pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e envolveu a paralisação nos serviços de atendimento em 21 estados. As manifestações foram definidas pelas entidades médicas de cada unidade da Federaçao, que decidiram como seriam realizados os protestos nos seus estados. A maioria optou pela paralisaçao no atendimento.
Confira como foi o protesto no Rio Grande do Sul, Pará, Paraná, em Santa Catarina e no Maranhao, além da Baixada Santista.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, os médicos que atendem pelo SUS cobraram a valorização da categoria e mais investimentos no setor. Em Porto Alegre, o alerta para as más condições de atendimento e a baixa remuneração foi dado nos postos de saúde, hospitais e nas unidades de pronto atendimento. A paralisação aprovada pela categoria contou com a adesão de profissionais que se concentraram desde as primeiras horas da manhã na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul e com manifestações nos ambientes de trabalho, mesmo para quem optou por manter a assistência. À tarde,aconteceu um ato público na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, reunindo representantes de entidades médicas (SIMERS, Cremers e Amrigs), hospitais filantrópicos, prefeituras e outros segmentos da saúde. “Cada médico escolheu a sua forma de chamar a atenção.
“O Dia Nacional em Defesa da Saúde representa um grito de alerta para que a população pressione e nos apoie na luta por melhorias e para que os gestores coloquem realmente o SUS no topo das suas prioridades”, ressaltou o diretor da Federaçao Nacional dos médicos e do Simers, Jorge Eltz.
No Sindicato, os médicos que atuam em diversas regiões de Porto Alegre, de unidades básicas a equipes de Saúde da Família, registraram a presença em um livro-ponto. Não estavam no local de trabalho, mas se dedicando a buscar o melhor para o SUS. “Sabemos que para o médico é difícil suspender agendas. Mas consideramos que o Dia de Defesa da Saúde atingiu seu objetivo. Hoje a assistência já está parada porque faltam especialistas”, lembrou o diretor.
Pará
No Pará, os médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) suspenderam os procedimentos eletivos e realizaram um ato público em frente à porta da Santa Casa. O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), juntamente com o Conselho Regional de Medicina (CRM-PA) e a Sociedade Médico Cirúrgica (SMCP) coordenaram o protesto, que teve adesão de mais de 80% da categoria. Os ambulatórios de quase todos os grandes hospitais da capital nao funcionaram durante a manhã, período em que se concentra a maior parte dos procedimentos eletivos.
De acordo com o diretor administrativo do sindicato, João Gouveia, o principal objetivo do movimento era chamar a atenção das autoridades para o caos em que se encontra a saúde pública do país. “As coisas precisam mudar, com urgência. O que estamos fazendo aqui e em todo o país é um manifesto em defesa do SUS. Não queremos prejudicar a população. Muito pelo contrário, queremos melhorias no SUS, o que, certamente, vai beneficiar toda a população”, destacou.
Paraná
No Paraná, os dirigentes do Sindicato dos Médicos, do Conselho Regional de Medicina e da Associação Médica estiveram neste dia 25 de outubro na região conhecida como Boca Maldita, no Centro de Curitiba, distribuindo panfletos e cartilhas, conversando com a população e com a imprensa sobre a situação da saúde pública e do Sistema Único de Saúde. No Paraná não houve paralisação.
Santa Catarina
Médicos catarinenses que trabalham em todos ambientes do SUS paralisaram as atividades nesta terça-feira entre as 13h e as 14 horas. A mobilização foi a forma encontrada para chamar a atenção das autoridades para a falta de políticas públicas para a saúde nas últimas décadas.
“Vivemos um colapso na saúde. Há dinheiro para a corrupção, mas não há dinheiro para a saúde. É chegada a hora das promessas de campanha da presidente do Brasil serem cumpridas. Pedimos a regulamentação urgente da Emenda 29″, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina (SIMESC), Cyro Soncini, durante a mobilização em Florianópolis, realizada no hospital Celso Ramos.
O vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Vânio Lisboa, da comissão organizadora da mobilização em defesa do SUS no Estado, confirma que a adesão foi maior nas unidades da região da Grande Florianópolis. “Sabemos que nem todos pararam por uma hora, mas o importante é que o tempo de parada do atendimento nos hospitais e demais ambientes do SUS foram de reflexão”, afirma. Para Vânio, a suspensão de atendimentos durante a mobilização não atrapalhou os procedimentos agendados. “Soubemos que houve um pouco de atraso no atendimento mas que em nada atrapalhou a rotina. O objetivo não era prejudicar a população mas, sim, pedir o apoio da sociedade civil organizada para buscar melhorias na saúde do Brasil”, concluiu.
De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Aguinel José Sebastian, a mobilização alcançou o objetivo esperado. “A mensagem que deixamos é de luta pela qualidade de saúde e pela qualidade de atendimento para os pacientes do SUS”, garantiu.
O corregedor adjunto do Conselho Regional de Medicina (CREMESC), Wilmar Gerent, confirmou que pelo menos 10 mil médicos trabalham pelo SUS em Santa Catarina. “Buscamos com esse tipo de manifestação alertar a sociedade para a luta conjunta de melhores condições da saúde. Todos pagamos impostos e precisamos ver esses recursos sendo aplicados”, asasinalou.
Maranhão
No Maranhão, houve paralisação do atendimento eletivo, exceto urgências e emergências. Algumas unidades de saúde do governo estadual não aderiram, segundo informou o Sindicato dos Médicos, “por imposição da chefia imediata”. O protesto também contou com a realizaçao do Fórum sobre o Sistema Único de Saúde no Maranhão, na sede do Conselho Regional de Medicina. À tarde, lideranças da categoria médica visitaram hospitais. Os médicos maranhenses cobraram mais recursos para saúde, melhores condições de trabalho e remuneração e assistência digna à população.
Baixada Santista
De acordo com o Sindicato dos Médicos de Santos e Região, na Baixada Santista a categoria manteve o atendimento ao Sistema Único de Saúde nesta terça-feira, 25, mas as lideranças médicas da região participaram de protestos em São Paulo, entre eles passeata até a Câmara Municipal e debate sobre a situação trabalhista dos profissionais.
Fonte: FENAM e sindicatos médicos

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